Por: Dra. Paula Bernart
Os parabenos são conservantes sintéticos amplamente utilizados nas indústrias de cosméticos, de alimentos e farmacêutica há mais de 70 anos. Eles são adicionados aos produtos para prevenir o crescimento de bactérias e fungos protegendo tanto os produtos quanto os consumidores.
Figura. Fórmula do propilparabeno. Fonte: https://www.medchemexpress.com/Propylparaben.html
Os parabenos mais comuns nos cosméticos são o metilparabeno, o propilparabeno, o butilparabeno e o etilparabeno. Apesar das suas vantagens e eficácia, os parabenos têm sido alvo de controvérsia nos últimos anos por causa dos seus possíveis efeitos adversos à saúde.
Alguns estudos sugerem que os parabenos podem ter atividade estrogênica, interferindo no sistema endócrino e aumentando o risco de certos tipos de câncer, como o de mama. Outros estudos indicam que os parabenos podem causar alergia de contato em algumas pessoas sensíveis, provocando dermatite ou urticária.
Diante dessas preocupações, muitos consumidores têm buscado alternativas aos produtos que contêm parabenos, optando por cosméticos naturais ou orgânicos. No entanto, esses produtos também podem apresentar limitações, como menor prazo de validade, maior custo ou menor eficácia. Além disso, nem todos os produtos que se dizem livres de parabenos são realmente seguros ou benéficos para a pele.
Portanto, é importante que os consumidores estejam bem informados sobre os benefícios e riscos dos parabenos nos cosméticos e façam escolhas conscientes baseadas em evidências científicas.
Os parabenos são considerados seguros pela FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) do Brasil quando usados nas concentrações permitidas.
E se caso houver um elevado nível de toxicidade por parabenos em nosso organismo, como a medicina ortomolecular pode atenuar?
No caso da intoxicação por parabenos a Medicina Ortomolecular pode ajudar a atenuar os sintomas e a promover a recuperação do organismo. Algumas das abordagens utilizadas pela medicina ortomolecular nesse contexto incluem:
1 - Suplementação com antioxidantes: Os parabenos podem causar estresse oxidativo no organismo, o que pode danificar as células e contribuir para uma série de problemas de saúde. A suplementação com antioxidantes como vitamina C, vitamina E, selênio e zinco pode ajudar a reduzir os danos oxidativos e a promover a recuperação do organismo.
2 - Desintoxicação do fígado: O fígado é responsável por processar e eliminar as substâncias tóxicas do organismo, incluindo os parabenos. Uma abordagem ortomolecular pode ajudar a promover a desintoxicação do fígado por meio da suplementação de nutrientes como vitaminas do complexo B, glutamina e metionina, que são importantes para o funcionamento do fígado.
3 - Suporte ao sistema imunológico: Os parabenos podem afetar o sistema imunológico do organismo, o que pode aumentar o risco de infecções e outros problemas de saúde. A medicina ortomolecular pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico por meio da suplementação de nutrientes como vitamina D, vitamina A, zinco e probióticos.
4 - Redução da inflamação: A intoxicação por parabenos pode causar inflamação no organismo, o que pode contribuir para uma série de problemas de saúde. A medicina ortomolecular pode ajudar a reduzir a inflamação por meio da suplementação de nutrientes como ômega-3, curcumina e vitamina D.
Lembrando que esses tratamentos não substitui as condutas médicas tradicionais em caso de toxidade química, portanto é fundamental buscar auxílio de um médico capacitado.
Referências Bibliográficas: Fransway AF et al. Parabens. Dermatitis 2018;29(6):289-299.
Al-Halaseh LK et al. Implication of parabens in cosmetics and cosmeceuticals: Advantages and limitations. J Cosmet Dermatol 2021; doi: 10.1111/jocd.14775.
Parabens in Cosmetics | FDA - U.S. Food and Drug Administration https://www.fda.gov/cosmetics/cosmetic-ingredients/parabens-cosmetics
Wróbel AM et al. Review of the safety of application of cosmetic products containing parabens by healthy adults with an emphasis on skin exposure conditions and estrogenic activity estimation for methylparaben and ethylparaben. Int J Environ Res Public Health 2019;17(1):E183.